Pesquisa e Iniciação Científica fortalece o SUS e a formação cidadã na Rede UniFTC

A produção científica tem papel fundamental na construção de uma educação superior transformadora, especialmente quando conecta teoria e prática em benefício direto da sociedade. Na Rede UniFTC, esse compromisso se traduz em pesquisas desenvolvidas por docentes e estudantes, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), nas modalidades bolsista e voluntária. Muitas delas são voltadas à qualificação do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco em ações como prevenção de doenças, melhoria no atendimento e fortalecimento de políticas públicas em comunidades vulneráveis.
Para a Profª Drª Letícia Maróstica, coordenadora de Pesquisa e Iniciação Científica da Rede UniFTC, os projetos expressam a integração entre ensino de qualidade, responsabilidade social e formação cidadã. “Buscamos despertar nos estudantes a curiosidade investigativa e o pensamento crítico, essenciais para uma formação sólida e transformadora. Acreditamos que a pesquisa é estratégica para o futuro da educação e da saúde no Brasil. É por meio dela que desenvolvemos soluções inovadoras, produzimos conhecimento aplicável e formamos profissionais comprometidos com a realidade do país,” destaca.
Soluções para o SUS nas comunidades baianas
Presentes em diferentes regiões da Bahia, os projetos de iniciação científica da Rede UniFTC enfrentam desafios relevantes da saúde pública local. Na Unex Itabuna, duas linhas de pesquisa ganham destaque: uma voltada à análise do perfil epidemiológico das doenças tropicais negligenciadas, e outra que mapeia, com profundidade, os pacientes com diabetes atendidos pelo Centro de Referência em Hipertensão e Diabetes do município. Esta última é conduzida pelas estudantes de Medicina Sara Beatriz e Evylin Dominyck, sob a orientação da endocrinologista Drª Caroline Pólvora, e tem promovido um elo entre ciência e acolhimento.
“Os pacientes, ao tomarem conhecimento do estudo, se sentem acolhidos, ouvidos e participantes ativos no processo de aprimoramento do serviço de saúde voltado ao tratamento do diabetes,” afirma Amanda Maia, coordenadora de pesquisa do curso de Medicina da faculdade. Segundo ela, o objetivo é fornecer à gestão pública dados estratégicos para qualificar os serviços oferecidos. “A partir das informações coletadas, será possível montar uma planilha com o perfil dos pacientes, suas complicações e medicações, e entregá-la aos gestores, para que o atendimento seja ajustado às demandas reais da população atendida”, completa.
Em Feira de Santana, a pesquisa coordenada pela professora Joana Dourado, do curso de Medicina, investiga a relação entre saúde bucal e doenças sistêmicas no âmbito do GEISA – Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares e Interprofissionais em Medicina e Saúde. O trabalho é realizado na clínica-escola de Odontologia da Unex, onde pacientes são avaliados tanto em aspectos clínicos quanto sociodemográficos. “Quando identificamos a presença de doenças sistêmicas, esses pacientes são encaminhados para o Centro Médico UnexMED, onde passam por avaliação médica, com realização de análise clínica e solicitação de exames complementares”, explica a docente.
Desde 2023, o foco do estudo tem sido o perfil epidemiológico e clínico de pacientes com diabetes, com apoio da bolsista Sarah Santos. A iniciativa já resultou na publicação de artigo bilíngue em revista científica e promove ações de conscientização em saúde, ampliando a formação discente em áreas como análise estatística, produção textual e participação em eventos acadêmicos.
Inovação na gestão da pesquisa
Para impulsionar ainda mais a produção científica, a Rede UniFTC tem apostado na tecnologia como aliada estratégica. Um exemplo é a adaptação do aplicativo RADE Estágio, antes voltado à gestão de estágios supervisionados, para o acompanhamento de 61 projetos de iniciação científica em andamento.
“A plataforma oferece uma centralização completa para registro, monitoramento e avaliação das atividades, permitindo uma supervisão mais ágil e transparente. A comunicação entre orientadores e estudantes também foi aprimorada, com acompanhamento mais próximo e contínuo”, explica Letícia Maróstica. Com a coleta automatizada de dados e a integração das informações, o RADE garante uma visão clara do andamento dos projetos, promovendo eficiência, organização e colaboração entre todos os envolvidos.